Competitividade na exportação: Uma oportunidade no meio da crise de consumo interno
O cenário econômico brasileiro está imerso em um contexto desafiador. Devido a todas as consequências provocadas pela pandemia da Covid-19, pela alta do dólar e pelo período de instabilidade no qual estamos inseridos, a crise do consumo interno é uma realidade que afeta diferentes setores econômicos do país. A solução para superar essas dificuldades está justamente na capacidade produtiva da indústria nacional. Porém, é preciso investir em tecnologia, governança e gestão.
Neste artigo, abordaremos o atual panorama brasileiro, que insiste em reafirmar sua posição como exportador de commodities. Exploremos as condições da crise do consumo interno e como essa crise mostra as dificuldades do empresariado de se renovar e apostar em novos mercados. Por fim, falaremos sobre como é preciso buscar meios de preparar a indústria para aproveitar o período de baixa do mercado nacional. E, assim, investir em expansão e, consequentemente, exportação de bens de consumo.
A vocação brasileira para as commodities
As exportações de produtos brasileiros estão em alta: dados do Índice de Comércio Exterior (Icomex), da Fundação Getúlio Vargas, indicam que o setor agropecuário teve um aumento de 44,2%, entre maio de 2019 e maio de 2020, nas vendas para o exterior. A indústria extrativista cresceu mais de 11% no mesmo período. Contudo, o que a síntese desses dados revela é que 71% das exportações brasileiras são de commodities. Ou seja, exportamos muitos produtos, contudo, esses itens têm baixo valor agregado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou uma análise baseada nos dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) e mostrou outro aspecto desse cenário: em 2021 a exportação de bens duráveis, com alto valor agregado, registrou o seu menor índice desde 2001, ano que a análise desse tipo de informação começou. No ano passado, os bens com alta ou média tecnologia representaram apenas 14,2% das exportações.
O dilema do empresariado: crise de consumo interno
Se esse setor não está produzindo itens para a exportação, significa que deveria estar investindo no setor nacional. Porém, a crise de consumo interno mostra que a situação dessas indústrias é muito complexa. Com a pandemia, muitos negócios desse tipo fecharam as portas. Agora, com o reaquecimento do mercado, a dificuldade dos empresários continua.
A última pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que, entre 2020 e 2022, a renda das famílias brasileiras caiu quase 4% e o endividamento atingiu 78% das famílias, maior índice desde 2010. Ou seja, o poder de compra está muito prejudicado e a prioridade será dada aos itens básicos. Os bens de consumo duráveis, como o automotivo, são deixados como última prioridade.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, existe uma demanda reprimida onde há fila de seis a nove meses. A redução de produção devido à falta de componentes está causando um desequilíbrio entre oferta e demanda, passando uma falsa impressão de que o mercado está aquecido.
Como superar a crise de consumo interno com exportação?
Dado toda essa conjuntura desafiadora, o empresário brasileiro deve se preparar para investir em exportação e isso significa buscar tecnologia e inovação. Países como China e Estados Unidos já entenderam que esse é o caminho para fortalecer a economia e mais de 50% das suas empresas estão adaptadas à realidade da indústria 4.0, expressão para explicar fábricas que apostam na automação e no uso de alta tecnologia na produção.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) aponta que aqui a situação é bem diferente: apenas 2% das indústrias estão prontas para automação. Esse quadro mostra como o setor precisa se reinventar para alcançar novos mercados. Além de procurar se adequar às normas internacionais com critérios de governança, sustentabilidade e diversidade, é preciso investir em transformação digital.
Dessa forma, o setor que conta com uma cadeia produtiva mais longa, produzindo bens duráveis, com alto valor agregado estará pronto para exportar e chegar a novos públicos consumidores. Esse movimento proporcionará expansão da produção e, consequentemente, crescimento para a indústria. Ou seja, o investimento em exportação desse tipo de produção pode ser uma excelente saída para a crise do consumo interno, que coloca todo o setor industrial em baixa.
O empresário brasileiro precisa buscar reorganizar seu negócio: é preciso reestruturar a governança do empreendimento, se adequar às diretrizes internacionais, investir em tecnologia e se preparar para expandir. Para tanto, é imprescindível buscar assessoria adequada, com um time de especialistas que entendam tanto de crise, quanto de crescimento. Acesse o site da BY Capital e conheça nossos serviços.