Inflação mundial de matérias-primas: Autopeças sofrem para repassar os preços
A inflação mundial trouxe um grande impacto para o setor automobilístico. Com a pandemia, houve um avanço de 17,03% em 12 meses no que diz respeito aos itens referentes a automóveis.
Isso significa que não apenas veículos passaram a custar mais,mas também combustíveis, peças, serviços correlatos e tarifas públicas como multas e licenciamento.
A chegada da Covid-19 trouxe inúmeros transtornos, entre eles, a desordem das cadeias globais de produção, o que resultou na inflação ao motorista, que acumulou alta de 17,03% nos 12 meses encerrados em março, de acordo com as análises feitas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), com dados do Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10).
Mas não parou por aí, a guerra na Ucrânia também trouxe uma forte influência nas cotações do petróleo.
É fato que o combustível foi o foco da inflação (principalmente no mês de abril de 2022), contudo, com a retomada das atividades pós-pandemia, outros serviços que estavam um tanto estagnados, sofreram reajustes, como é o caso da oficina mecânica, por exemplo.
A verdade é que o setor automotivo foi e continua sendo um dos mais impactados pela oscilação das cadeias produtivas.
O preço do automóvel usado já sobe há vários meses, com alta acumulada de 22,66%. Já as motocicletas chegaram a ficar 17,72% mais caras em determinado período.
Além disso, outros serviços associados a esses também tiveram aumento, como é o caso do seguro voluntário, emplacamento e conserto.
Porém, de acordo com o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), graças à demanda aquecida, o setor automotivo é o único entre os dez que integram o comércio varejista ampliado que tem conseguido repassar ao consumidor quase integralmente a elevação de preços dos produtos na porta de fábrica.
Em janeiro de 2022, os preços de produtos da indústria automotiva ficaram 17% mais altos na porta de fábrica. No varejo, a alta de preços ao consumidor nas lojas de veículos e motos, partes e peças foi de 16,5%. Isso significa que 96,8% do aumento de custos do atacado foi repassado ao cliente final, conforme a informação de Bentes. Ou seja, o setor está tentando retomar a margem de lucro que perdeu durante o período mais crítico da pandemia.
A inflação mundial fez com que a indústria automobilística fosse afetada pela desestabilização das cadeias produtivas e pela falta de insumos, mas não foi só isso. Houve também o aumento de custos de matérias-primas e de energia.
O que ocorreu foi que o fato da indústria automobilística não conseguir atender o mercado de novos, isso ajudou a aquecer o comércio de veículos usados. Entretanto, os automóveis novos subiram tanto quanto os usados.
Isso porque se não tem peça, o carro se torna mais escasso, provocando um choque de oferta aos consumidores.
Conclusão
Por fim, a inflação mundial contribuiu para que o sonho do automóvel novo ficasse mais distante para os brasileiros, afinal, os preços mais elevados e a alta das taxas de juros no financiamento diminuíram a demanda, de acordo com informações de especialistas.
De modo resumido, podemos dizer que a inflação mundial resultou em diversas situações negativas para os consumidores do setor automobilístico.
O alto custo de matéria-prima pressionou a indústria e encareceu produção.
Outro fato é que os insumos essenciais chegaram a faltar e, quando chegavam, o preço era elevado.
Metais, como aço, cobre e alumínio, semicondutores e itens usados para produção de plástico estão entre os principais produtos abalados pelo aumento nos preços.
A escassez de matéria-prima gerada pela pandemia fez com que os preços subissem no Brasil e no setor de autopeças não foi diferente.